Choque frontal com a barreira linguística...
Howdy, people!
Sei que tenho faltado ao Bullions, nos últimos tempos, mas isso deve-se a um frenesim que se prende com trabalhos e mais trabalhos a fazer e pouca inspiração e tempo para os concretizar.
Sei que tenho faltado ao Bullions, nos últimos tempos, mas isso deve-se a um frenesim que se prende com trabalhos e mais trabalhos a fazer e pouca inspiração e tempo para os concretizar.
No entanto, e apesar da correria, decidi parar só uns minutinhos para vos vir aqui contar de umas coisas engraçadas que descobri há pouco tempo.
E venho falar de uma falha que pode ser até vista como falha na inspiração... ou simplesmente uma falha na pesquisa em termos línguistico-culturais.
A História está cheia de falhanços em nomes de automóveis. Talvez o caso mais flagrante para os portugueses tenha sido o Opel Ascona, dos anos 70, que, para bem da moral e bons costumes lusitanos teve de mudar de nome assim que chegou a território nacional, passando a chamar-se cá apenas 1204, 1604, 1904, etc.
No entanto, foi uma descoberta que fiz numa revista de Tuning, de que sou assíduo leitor, que provocou a minha pesquisa e descoberta de um mundo de equívocos a este nível. A revista é a Maxi Tuning e foi na versão espanhola que li as referências às duas primeiras "maravilhas" deste artigo:
O mundo dos monovolumes traz-nos dois automóveis que estão a dar que falar nas comunidades "hispânicas" - ou de língua espanhola.
Um deles, mais inocente, chama-se Nissan Moco. Ao que apurei, "moco" significa "muco" ou "mucosidade"... o mesmo que ranho, portanto. Isto faz com que não seja o nome ideal para um automóvel, especialmente se quiserem usar uma cor esverdeada como cor de apresentação.
Outro que também percebi ser objecto de gozo por parte dos espanhóis foi o novo SUV da Kia: o Kia Borrego.
Ainda assim, Nissan Moco e Kia Borrego são nomes perfeitamente aceitáveis, mesmo para os espanhóis, se comparados com uma proposta da Mazda no mesmo segmento do Moco (dos pequenos monovolumes).
O automóvel terá sido produzido entre 1999 e 2006 e, este sim, foi aquele que me pôs a pesquisar e a descobrir mais pormenores deliciosos sobre estas campanhas!
Apresento-vos o Mazda Laputa!
É isso mesmo! Ao contrário do Moco, no qual ainda poderiam haver dúvidas sobre o problema de interpretação dos "hispânicos" em relação ao nome, acho que não preciso de explicar a que tipo de imagem fica colado o Mazda Laputa.
E se já acham que o nome é fenomenal (um fenomenal trambolhão de marketing), leiam então algumas das frases que o acompanham para o publicitar:
- "Laputa ha mejorado su seguridad y ampliado su interior..." ("Laputa melhorou a sua segurança e ampliou o seu interior"... Pergunta: Melhorou a sua segurança?! Passou a comprar preservativos de outra marca?!);
- "Cuerpo diseñado para resistir impactos frontales..." ("Corpo desenhado para resistir a impactos frontais"... Tinham mesmo de usar a expressão "corpo"?!);
E por último, mas não menos interessante (ainda que tenha encontrado esta em inglês):
- "Laputa remains at approximately the same price level" ("Laputa permanece aproximadamente ao mesmo preço-base"... No comments).
Escusado será dizer que o sucesso deste Mazda entre as senhoras (importante sendo que se trata de um "mini-monovolume") não foi nunca grande coisa, especialmente em países "hispânicos"!
Imaginem só perguntarem a um amigo:
- "Que coche tiene tu novia?!" ("Que carro tem a tua namorada?!"), e ele responder:
- "Laputa..."
É logo para pensar que a coisa não vai bem entre os pombinhos.
Mas o Mazda Laputa não é o único choque frontal na IP5 dos nomes de automóveis. Com esta pesquisa fui descobrir curiosidades deste género sobre outros nossos conhecidos.
De entre vários nomes estranhos (sendo que a maior parte deste tipo de erros de marketing, dos que pesquisei, se manifestam a nível dos países de língua espanhola), o campeão - penso - sem competição à altura, será o lendário Mitsubishi Pajero!
Eu não sabia isto, mas o conhecido 4x4 da Mitsubishi teve o seu nome alterado para os países que falam castelhano, passando a chamar-se "Montero".
Esta mudança deveu-se à conotação altamente sexual e negativa que tem a palavra "pajero" na língua de "nuestros hermanos".
É que, segundo apurei, "pajero" significa... outras palavras que, também em português (em calão) não direi aqui por respeito aos leitores e, em especial, às meninas leitoras, que têm o direito que o nível do blogue se mantenha um pouco acima da linha de àgua. Mas posso dizer que, em português correcto, um "pajero" será descrito como uma pessoa que se masturba constantemente.
(Tirem daí as vossas conclusões sobre o calão português usado para traduzir "à letra" a palavra "pajero")
Depois de vistos os vários nomes, colocaria, ainda assim, o Mazda Laputa como o grande falhanço de marketing a este nível, da língua, pela universalidade da má interpretação - pois, sejam portugueses, brasileiros, espanhóis, argentinos, mexicanos ou outros sul e centro-americanos, todos compreenderão o erro associado a este nome. E mesmo noutros países em que a língua possa ser inglês, francês, etc, a palavra em questão será daquelas poucas palavras que se conhecem, mesmo que não se saiba falar castelhano ou português.
A dividir o segundo lugar ficam então o Mitsubishi Pajero - para os "nuestros hermanos" e países que falam castelhano - e o velhinho Opel Ascona - em Portugal e países de língua portuguesa.
Fica aqui uma pequena reportagem e, se forem dar nomes a automóveis no futuro, lembrem-se disto!
Cuidado com a língua!
Fiquem bem, malta!... E portem-se mal!
Peace ;p
1 comentário:
omg!!!
this is really funny...
great blog,lion!! ;)
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