quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

KITT

Quem não se lembra da famosa série "Knight Rider" (em Portugal conhecida por "O Justiceiro"), das aventuras de David Hasselhoff, mas principalmente do famoso "Knight Industries Two Thousand", ou K.I.T.T.



Parece que ainda este ano vai sair um filme desta série, que não vai sair para cinema e vai estrear-se directamente na televisão (em princípio vai depois surgir uma nova série :D). O filme vai contar, não com Michael Knight (a personagem de David Hasselhoff), mas com o filho do personagem, protagonizado por Justin Bruening.


Eu pensei: "Ena pá, que bom, era uma série que eu adorava! Paciência, não tem o Michael Knight, mas tem o Kitt!!". Pois, era bom demais para ser verdade...
Acontece que da série original, o filme tem só mesmo o nome já que o K.I.T.T. é outro. O novo K.I.T.T, ou "Knight Industries Three Thousand", é uma evolução do anterior, o que até acho bem (os tempos são outros), mas enquanto o primeiro K.I.T.T. era um Pontiac Trans Am de 1982 sem modificações, o novo é um Ford Shelby Cobra Mustang também sem modificações (ao menos isso). Não que eu não goste do carro, mas podiam ter arranjado algo mais parecido... Pode ser que me habitue, mas para mim não é a mesma coisa. Vejam as diferenças:



quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Os Espelhos da Alma

Howdy, people!

Muitos são castanhos. Menosprezados e ditos como demasiado comuns… Corriqueiros e simples castanhos. Alguns chegam mesmo a ser, de tão castanhos, praticamente negros. Que nem duas azeitonas pretas cuja única claridade provém do vazio brilho da reflexão da luz.
Uma minoria é vista como sortuda por tê-los azuis. Alguns são azuis que nem duas gotas de água cristalina. Chegam a ser tão azuis e tão claros que nos parecem quase transparentes.
Há ainda outro tipo… Há… Mas são verdes!
Alguns são verdes escuros como uma floresta impenetrável e sombria. Tão escuros que chegam a parecer “castanhos leais”.
Outros são simplesmente verdes. Verdes numa perfeita combinação de luz e contraste, que parecem ter sido desenhados pela mão de artistas.
Há ainda outros verdes que de tão claros chegam a fazer frente aos azuis na tabela das cores mais desejadas…

Queremos tê-los o mais claros possível, e fugimos do castanho a sete pés… nem que isso signifique lentes de contacto coloridas.

Sentimo-nos como o Benfica em 2º lugar quando os temos verdes escuros. Pois, apesar de serem verdes, ficaram pelo caminho, no escuro, tão escuro que somos obrigados constantemente a corrigir algumas pessoas dizendo:
“Não são castanhos. São verdes!”

Se os temos verdes claros já nos sentimos mais favorecidos. Mas quando vemos um par da cor do céu pensamos… “Bolas! Este tem-nos mais bonitos que os meus!”

Quando os temos azuis… Quando os temos azuis é como se dominássemos o mundo! Somos reis d’aquém e d’além mar! Se alguém tem os olhos bonitos, somos nós! Nós que olhamos para o mundo com duas lanternas que iluminam o mais escuro e sombrio dos becos.

No final deste campeonato deixa-se de lado os castanhos, que lutam para não descer de divisão. Obriga-se à acomodação ao meio de tabela por parte dos verdes escuros, e provocam-se espantosos “derbies” entre azuis e verdes claros.

Mas quando paramos um pouco e olhamos com calma, encontramos azuis tão feios que nos causam repulsa… Verdes claros tão vazios que, por mais transparentes que pareçam, não nos deixam ver absolutamente nada.
Encontramos verdes escuros carinhosos e castanhos tão belos e leais que nos apaixonamos imediatamente.

Em centésimos de segundo, somos apanhados numa ratoeira e aquele que luta para não descer faz uma segunda volta de campeonato que lhe permite ultrapassar azuis claros, azuis escuros, verdes de toda a espécie e, no entanto, são castanhos. Simples, comuns, humildes e honestos castanhos…

São castanhos tão estranhamente translúcidos que deixam passar quantidades industriais de carinho, ternura, suavidade e de uma beleza sem igual. Passamos então a reparar em cada detalhe… Na forma como o sol cria neles uma cor dourada, transformando-os em duas gotas de doce e puro mel.
A forma como o olhar deles nos transmite paz e harmonia de um modo absolutamente divino…

Só então, com esta paragem para pensar e ver dentro desses castanhos é que nos apercebemos da grande verdade, que toda a gente sabe mas ninguém assimila: É que a beleza está nos olhos… mas nos de quem vê!

Fiquem bem, malta!... E portem-se mal!
Peace ;p

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Acordo Ortográfico... o caraças!

Howdy, people!
Antes de mais, desejo um excelente ano de 2008 a todos os leitores do Bullions!
Continuando...

No outro dia, estava eu a ver televisão, quando tive conhecimento de uma das coisas mais estúpidas, revoltantes e degradantes que já passaram pelas cabecinhas dos nossos representantes!

Ouvi falar disto num programa do qual nem sou grande fã, e que dá pelo nome de "Prazer dos Diabos". Apesar de ver, de vez em quando, algumas coisas engraçadas discutidas à mesa, sinto um enorme desprezo e antipatía pelo senhor José Pina, interveniente permanente no programa desde os tempos da SIC Comédia.
Ainda assim, o assunto prendeu-me ao televisor, e fiquei a ver.

Até então, desconhecia tal projecto ou ideia por parte dos representantes culturais de Portugal e Brasil, mas fiquei chocado ao saber do plano de levar a cabo uma "uniformização da língua portuguesa escrita nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa".

Fui saber mais e, ao que parece, este Acordo Ortográfico já tem quase 18 anos. Nasceu de uma vontade de criar normas e regras ortográficas comuns para o Português escrito em Portugal e no Brasil, alargou-se então aos restantes países de Língua Portuguesa e, desde que era prevista a sua aplicação pela primeira vez, em 1994, já deu voltas e voltas com acordos falhados e atrasos nas ratificações por parte dos vários países envolvidos.

Ora, ultimamente espera-se pela ratificação de Portugal, numa altura em que o Brasil e os outros países (anteriormente os atrasados nas ratificações) esperam ansiosamente pelo final do processo por parte do berço da língua.
O Brasil começou a pressionar, e vem agora anunciar que quer a resolução do Acordo Ortográfico para daqui a um máximo de 2 anos.

Agora vamos analisar as coisas...
Antes de mais, quem são os brasileiros para virem fazer exigências e ultimatos?!
Depois temos de ver o que prevê o Acordo Ortográfico, afinal:

Segundo consta, estão previstas alterações na ordem dos 1,6% do vocabulário português, contra 0,5% de alterações ao vocabulário brasileiro.
Não é preciso ser um génio (ou devo dizer, "gênio"?!) para descobrir que há aqui qualquer coisa mal!

Enquanto as alterações na escrita dos brasileiros se resumirão à eliminação de alguns acentos, aos portugueses caberá a tarefa de eliminar as chamadas "consoantes mudas" que muito diferenciam o Português do Brasileiro, entre outras coisas.

Basicamente, se isto for para a frente, passaremos a ter jogos de "ação" (e não de "acção"), diremos que o ar está "úmido" (e não "húmido"), apanharemos boleia no "elétrico" naquela "direção" (em vez de boleia no "eléctrico" naquela "direcção), e tudo será "ótimo" (e não "óptimo", como tem sido até agora).

Todas estas mudanças, dizem os responsáveis, têm um objectivo (perdão, um "objetivo") claro:
Simplificar!
Quanto a mim, sou totalmente a favor de simplificar!... Aliás, deveríamos era simplificar mais vezes! E temos muita coisa para "simplificar", neste país.
Não acho é que a forma de escrever dos países da CPLP seja uma prioridade! Mas, mesmo tomando isto como prioridade, acho que ainda há aqui um enorme equívoco!

Respondam-me, leitores do Bullions, que tenho uma dúvida que me atormenta:

Quando os brasileiros descobriram Portugal, porque é que adoptaram (perdão, "adotaram") o nome "Português" para a língua deles, que nós, entretanto, profanámos?!

Ahhh!!! Pois é!... É isso!!! Está explicado:
É que nós é que os descobrimos a eles!...
E,... espera lá... A sério?! A língua é originalmente nossa e eles é que a profanaram ao longo destes anos?!
Ahhh!!! Daí chamar-se Português, então!... Faz sentido!

O que, se calhar, não faz sentido nenhum é, depois de mais de 865 anos de história, aceitarmos um acordo que vai fazer com que adoptemos (perdão, "adotemos") o Brasileiro como língua oficial!
(E não me venham dizer que aquilo é Português, porque não é!)

E sabem o melhor?! O Brasil é, de toda a CPLP, o país que menos terá de alterar a sua escrita! Não só em relação a Portugal, mas em relação a Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Faz mesmo pensar porque raio se chama Português e não Brasileiro, não faz?!

Bom, em jeito de término de declaração, deixo aqui marcada a minha revolta por se estar a querer fazer isto, e a prever estas alterações, sem primeiro consultar os portugueses! E não estou a falar dos engravatados que vão assinar o acordo!
Estou a referir-me àqueles que eles vão representar: o povo português!

Sem dúvida que será uma tremenda falta de respeito e uma enorme violação da democracia, que se avance para o Acordo Ortográfico sem antes fazer um referendo. Um referendo exclusivo para portugueses nascidos em Portugal, de preferência! Porque, se formos pegar nos naturalizados, daqui a uns anos estamos todos a escrever e a FALAR Brasileiro!

Por fim, quero dizer que nunca, seja qual for o desfecho desta novela (piadola... perceberam?! Brasil... novelas... Não?! Adiante...), no que depender de mim, o Bullions continuará a ser lido sempre em Português, e não em Brasileiro!

Mais depressa se lerá em Inglês (através das expressões que normalmente uso, claro), do que nesta deturpação descarada do Português que nos querem impingir, e que representará, provavelmente, a maior castração cultural e atentado à Língua Portuguesa, em toda a sua história!
Fiquem bem, malta!... E portem-se mal!
Peace ;p

PS: Que tal um boicote a esta palhaçada do Acordo Ortográfico?! Ou um abaixo-assinado...
Estamos sempre a circular abaixo-assinados para coisas que não interessam (tipo o regresso do Figo à selecção), porque não um a sério, agora?!
Esta sería, definitivamente, uma boa razão para fazer-mos um, e mostrarmos aos nossos representantes que queremos continuar a escrever em Português de Portugal, ainda que alguns (nomeadamente alguma malta jovem) estejam constantemente a dar biqueiradas na gramática!
Em bom "streetuguês": Tugas4ever!