segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"Doce" arrepio na espinha...

Howdy!
Decidi hoje falar-vos de um encontro muito especial, com um dos ícones imortais da música Portuguesa.

Decorria o mês de Maio do presente ano, e fui acompanhar a minha mãe a um encontro de ex-alunas do Patronato das Irmãs de S.José de Cluny de S.Sebastião da Pedreira, da época em que ela lá estudou.
Também eu e o Bull lá estudámos (aliás foi lá, desde os 3 anos de idade, que nos tornámos os amigos que hoje somos), mas claro que, tal como actualmente, já na nossa época o colégio era misto (rapazes e raparigas... não queijo e fiambre).


De entre as ex-colegas, há um grupo mais restrito que ainda hoje permanece em contacto com a minha mãe. Desse grupo, que já por si organizou outros jantares, compareceram dessa vez duas ex-colegas: Nélida e Teresa.
Claro que só pelo primeiro nome é complicado reconhecerem. E mesmo que vos fale no nome por que era conhecida no colégio, provavelmente não vos dirá nada: Teresa Vinagre.

Mas se forem aos antigos discos de vinil dos vossos pais (se eles tiverem) e encontrarem um exemplar das Doce ou dos Gemini, procurem o nome dos artistas, e deverão encontrar uma Teresa Miguel.
Pois bem... Eu, Lion, tive a incomensurável honra de conhecer, conviver e conversar um pouco com Teresa Miguel, o que naturalmente provocou em mim, como a qualquer outro simples mortal provocaria, um "doce arrepio na espinha"!

Como já perceberam (porque o público do Bullions é perspicaz... e até porque qualquer atrasado mental já teria percebido, uma vez que eu já disse...), Teresa Miguel fez parte de dois grupos musicais que marcaram a história da música nacional. Com a sua voz inconfundível, brilhou nos Gemini, junto de Tozé Brito, Mike Sergeant e Isabel Ferrão.
O grupo formado em 1976 tem em seu nome 3 discos LP:
- Pensando em Ti (1977);
- Dai Li Dou (1979);
- Os Maiores Êxitos dos Gemini (Polygram).
Foram mais que uma vez ao festival RTP da canção e, no festival Eurovisão da Canção, ficaram em 17º lugar.
Em 1979 o grupo separa-se. Tozé Brito é convidado para a A&R da Polygram, Mike Sergeant entra para a formação de José Cid, e Teresa e Fá (Fátima Padinha, que havia entrado para o grupo em 1977) formam com Lena Coelho e Laura Diogo o grupo que ficou famoso pelo nome de "Doce", pelas letras, no mínimo, originais, e pelas roupas algo ousadas (para a época).

"Habitués" nos Festivais RTP da Canção, as Doce, interpretando um tema com o mesmo nome, ficam em 2º lugar logo na primeira participação, em 1980, no ano de estreia (o ano do seu primeiro single: "Amanhã de Manhã").
Em Março do mesmo ano lançam o primeiro àlbum: "OK KO".
Em 1981 ficam-se pelo 4º lugar do Festival da RTP com o tema "Ali-Babá", e lançam, em Outubro, o àlbum "É Demais".
Sendo que à terceira é de vez, em 1982 vencem o Festival RTP da Canção com o famoso tema "Bem Bom".
No ano seguinte, gravam vários temas na língua "de sua majestade" como "For The Love Of Conchita", "Starlight" e "Choose Again".
Rui Veloso tem ainda uma participação no tema "Quente, Quente, Quente" e, em 1984, "O Barquinho da Esperança" leva as Doce novamente ao palco do Festival RTP da Canção.
Em 1987, introduzindo o tema inédito "Rainy Day", lançam a compilação "Doce 1979-1987".

Ainda hoje, andam por aí as "Docemania" (que podem ver no vídeo acima), 4 "cantoras" de palmo e meio que andam pelo país, com o apoio da ex-Doce Lena Coelho, a interpretar músicas do grupo original.
Se querem a minha opinião (se não querem vão ter na mesma, a não ser que fechem agora os olhos), o grupo das 4 miniaturas das Doce é uma imitação muito barata (tipo da loja dos chineses). E penso até que chega a ser insultuoso para os fãs da "girl's band" dos anos 70.

Para acabar, e voltando ao centro da postagem, há que realçar a simplicidade e, ao mesmo tempo, a classe que transborda de Teresa Vinagre (ou Teresa Miguel).
Depois de uma tarde com a sua Doce companhia, apetece soprar o pó ao vinil, baixar a agulha e escrever uma postagem no Bullions ao som de "Bem Bom", das Doce:

Fiquem bem, malta!... E portem-se mal!
Peace ;p

5 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito deste artigo, é uma justa homenagem á minha amiga de infância Teresa Vinagre, é pena que as rádios e a televisão não divulguem a música portuguesa de alguns anos atrás como fazem com a estrangeira, para que os mais jovens tomem conhecimento e possam apreciá-la...

Anónimo disse...

Adorava este grupo! Eram fantásticas, muito avançadas para o panorama músical muito morno e cinzento da altura, e claro, em Portugal tudo aquilo que saí um bocado fora do "normal" é logo rotulado e criticado... ainda hoje em pleno século 21 continua a ser assim. As Doce deixaram boas memórias e acima de tudo foram de uma originalidade fora de série, extremamente bonitas e sexys... "foram únicas no género", como elas mesmo disseram na altura. Obrigado pelo vosso profissionalismo e pelas vossas músicas. Beijos.

Anónimo disse...

Adorava ter o email da Teresa Miguel :-) será que podes ver isso pra mim? O meu email é: shaday@portugalmail.pt

Unknown disse...

Olá...
Curioso encontrar alguém, que tal como eu ficaria contente em conhecer a Teresa Miguel! Desde miúda que ouço a minha mãe dizer que gostaria de voltar a encontrar a Teresa. Foram colegas de trabalho nos Porfirios!!!
Agradecia o teu contacto, para vsmccp@hotmail.com!
Muito Obrigada e Bom Ano 08!!
Aguardo notícias ;)

Anónimo disse...

Gostei deste artigo sobre a Teresa Miguel e claro sobre as imortais DOCE. Foram de facto um grupo que marcou toda a década de 80 e continua a ser uma referência na música. Sem elas a música Portuguesa não teria levado o abanão que levou. Como se costuma dizer estiveram sempre á frente do tempo e se calhar ainda estão, o mesmo já não se pode dizer do sucedâneo em forma pastiche que são as DoceMania, mal produzidas quer musicalmente quer na imagem. São o contrário, estão atrás do tempo, não fazem sentido tanto mais que escondem dentro de uma imagem alegadamente infanto-juvenil traços de uma provocação erotizada desaquada aos tempos de hoje e em forma de imitação barata quase ao nível dos catálogos de sex shop de provincia. Pena as miudas parecerem marionetas de mini saia em coreografias memorizadas sem à vontade e vocalmente muito fraquinhas. Uma aldrabice que ainda por cima nem sucesso tem.

Luis Alberto Costa