quinta-feira, 28 de setembro de 2006

E de um sonho nasceu Superman

- "Será um pássaro?"
- "Será um avião?"
- "Não!... É o primeiro post do projecto «E de um sonho nasceu..», do Lion!!!"
... (Pausa para se rirem... ou baterem palmas... só não apupem...)
Já agora, peço imensa desculpa pelo atraso no post, mas sabem como é... ou se calhar não sabem mas... tive uns problemazitos com a minha candidatura para a faculdade e isso "comeu-me" o tempo todo até hoje...
Adiante...
Estamos no início da década de 30 e aparece, pela primeira vez, aquele que viria a ser o mais famoso super-herói de sempre.
No livro, ainda não de Banda Desenhada, The Reign of Superman (O Reino do Super-Homem), fala-se pela primeira vez daquele que viria a chamar-se "O Homem de Aço". O autor é Jerry Siegel (sob o pseudónimo de Herbert S. Fine) e o ilustrador é Joe Shuster, dois jovens norte-americanos de origem judaica.

É em 1933 que o Super-Homem se torna uma personagem de Banda Desenhada, poucos meses depois da primeira reunião do governo alemão já com o novo chanceler no poder, um austríaco de 44 anos que viria a mudar a história da humanidade, Adolf Hitler.
Ainda em fase "beta", nasce a BD com o título: The Superman.
Mas é já em 1934 que o Super-Homem se torna o herói que marca toda uma sociedade. Na mente de Jerry Siegel, o kriptoniano torna-se o ser super-poderoso, nascido num planeta longínquo condenado à destruição, enviado para a Terra pelo pai, cientista conceituado de Kripton.
O Super-Homem torna-se um deus caído do céu para salvar a humanidade.

Em Junho de 1938, depois de ter sido recusada durante 4 anos, e partilhando a mesma data com a exigência de Hitler aos judeus para darem conta de todos os seus negócios e com o primeiro aniversário de funcionamento do campo de concentração de Buchenwald, nasce nos Estados Unidos da América a BD: Superman. Sai o primeiro e célebre número da Action Comics, em cuja capa se vê, de "S" ao peito, um ser com uma força descomunal a erguer um automóvel no ar como se fosse uma placa de esferovite.
Depois do contexto socio-cultural, vamos lá responder a uma pergunta que já nenhum de vocês estará a fazer (tal é a popularidade do "azulão"), mas que, no fundo, a maior parte tem dentro de si...
"Quem é o Super-Homem?"

Numa galáxia distante existe um planeta cujo único meio de se manter inteiro é uma tecnologia inventada pelo cientista Jor-El. Depois do sistema entrar em colapso, Kripton fica condenado à destruição, e Jor-El envia o filho pequeno, Kal-El, numa cápsula espacial, a caminho do planeta azul, a Terra.
Lá chegado, e depois de ser encontrado por um casal, Kal recebe o nome de Clark e é criado num orfanato (segundo a primeira BD, pois mais tarde há a versão de ele ter sido criado pelo casal, de apelido Kent).

Já em adulto, Kal torna-se jornalista no Daily Planet sob a identidade "secreta" de Clark Kent, e guardião da humanidade como Super-Homem.
Inicialmente, o Super-Homem descobre que é capaz de "saltar por cima de edifícios com mais de vinte andares... erguer objectos pesadíssimos... ultrapassar o mais rápido dos comboios... e que nada podia penetrar a sua pele!" (citação da versão portuguesa da primeira edição de Superman na Action Comics).
Só mais tarde aparecem os famosos poderes que todos conhecemos no "azulão" (a visão de Raios-X, a visão de calor e a capacidade de voar).
Agora vamos lá analisar o Super-Homem como personagem de BD...

Antes de mais, temos de referir que ele foi o primeiro de uma série de super-herós norte-americanos que nasceram para a banda desenhada mundial.
Devemos também lembrar que, por volta da década de 40, aparecem os super-heróis da Marvel, criados pelo génio de Stan Lee, que trouxe ao mundo dos super-seres, problemas reais e personalidades aproximadas ao mais comum dos mortais.
Assim, temos de um lado o guardião da humanidade que pode quase tudo, e vive numa espécie de realidade paralela do sonho e da ilusão. Do outro lado estão os "filhos" de Stan Lee (entre eles Spiderman, X-Men, Fantastic Four, Hulk, etc.), com problemas e personalidades realistas, sentimento de solidão e a consciência da diferença, que vivem num mundo de tal forma próximo do nosso (que é mesmo, supostamente, o nosso), que quase esperamos vê-los a aparecer por detrás de uma esquina para nos salvar de um assalto, ou algo parecido.

De um lado um sonho de viver num mundo supervisionado por um "deus" que podemos ver a rasgar os céus da nossa cidade e a proteger-nos de tudo o que é mau. Do outro uma crítica e alusão à realidade, mostrando-nos que, mesmo com muitos seres com super poderes a habitar o nosso mundo, não devemos esperar que sejam eles a resolver os nossos problemas, pois eles, por mais que o tentem, também têm os seus próprios problemas, tão ou mais profundos que os nossos.
Esta realidade nas personagens é de tal forma apelativa que, com o aparecimento do Universo Marvel, a BD do homem de aço teve uma enorme queda nas vendas.


Depois há que comparar os "campeões" (ou os mais populares representantes de cada uma das editoras): Na DC temos o Super-Homem, semi-deus, praticamente imortal; na Marvel temos um jovem universitário (também ele um repórter - no caso, fotográfico -, a trabalhar num jornal) que pode balançar-se pelos altos edifícios de Manhattan com as suas teias e que, apesar da sua força sobre-humana, é tão vulnerável e mortal como qualquer uma das vítimas que salva.
Visto isto, começam a chover críticas ao kriptoniano do género: "Ah e tal... Mas ele não pode morrer! Assim não tem piada, e o camandro!"...
O que é que a DC faz?!... Apresenta o Apocalypse, que MATA o Super-Homem!...
"Hum... Nem 8 nem 80, né?!... Também não era preciso matá-lo!... E agora?!... Não temos mais Super-Homem!...".

Uns dois ou três números mais tarde...: "Superman Return's" (A BD, não o filme...).
Enfim... Mas mesmo com esta, ás vezes irritante, invulnerabilidade, o azulão continua a ser o maior e mais popular super-herói de sempre!...
E não há nada nem ninguém que possa dizer o contrário sem estar a ser ignorante ou terrivelmente mentiroso.


Para o mês que vem há mais...
Fiquem bem, malta!... E portem-se mal!
Peace ;p

1 comentário:

Anónimo disse...

Ok. Ta muito giro, continuo a achar que tens jeito pra estas coisas, tanto pra desenhar como pra escrever, que consigas tudo o que sonhas, bjs